quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A Notícia - Parte 3

Por Raí Silva
Antes que ele pudesse falar mais alguma coisa ela vai para o banheiro. Passaram-se quase 30 minutos e ele que já preocupado a chama.

Ele: - Vai ficar aí dentro mais quanto tempo? Se morreu me avisa.
Ela: - Muito engraçado. Estou esperando você ir embora, afinal de contas meu quarto é um local particular.
Ele: - Sai logo daí e acaba com essa brincadeira porque já está passando dos limites.

Ela sai do banheiro enrolada na toalha, o cabelo molhado, senta-se na ponta da cama e enquanto passa hidratante nas pernas, dá continuidade à conversa.

Ela: - Mas eu não estou brincando. Você foi sincero quando disse que está confuso e por isso precisa de um tempo. Estou sendo sincera quando digo que daremos um tempo sim. Um tempo que vai permanecer por durante o resto da nossas vidas. Passamos um tempo juntos que acabou, quando estivermos separados esse tempo não poderá ser interrompido.
Ele: - Mas eu não estou entendendo porque você está agindo tão naturalmente, como se nada tivesse acontecendo.
Ela: - Ah, então você queria que eu estivesse sofrendo, chorando, desiludida e achando que o mundo se acabou, enquanto você arrumava suas malas e saia pela porta, triste por ter que deixar pra trás alguém que está cabisbaixa com um término? Oh querido, se isso seria bom para o seu ego, procura outra forma de se auto afirmar. Huumm, esse sabonete de Castanha do Pará é ótimo, né?
Ele: - Eu sempre te amei.
Ela: - Eu também.
Ele: - Eu sempre me dediquei completamente a você.
Ela: - Eu também.
Ele: - Eu sempre te respeitei.
Ela: - Eu também.
Ele: - Eu sempre te...
Ela: - Eu também, eu também, eu também. Eu sempre deixei de sair com as amigas porque tinha que fazer o almoço do dia seguinte, você também?

Silêncio.

Ela: - Eu sempre tive que lavar roupas depois de ter vindo do salão de beleza. Você também?

Silêncio.

Ela: - Eu sempre tive que aturar noites de ronco. Eu sempre tive que aceitar reuniões de amigos para assistir futebol aqui em casa. Eu sempre compreendi as suas cervejas do final da noite para distrair. Você também? Querido, eu sempre tive que esperar pelo dia que você me pediria tempo. Ai meu Deus!
Ele: - O que foi?
Ela: - Onde estão as malas? Esqueci onde as guardei.
Ele: - Se você se incomodava com essas coisas, porque nunca me contou?
Ela: - Pra quê? Sou adulta o suficiente pra saber que se não fossem essas coisas, seriam outras que me incomodariam. Então fui feliz com você durante todo esse tempo da forma como eu poderia ser. Foi legal. Ao menos você é bom de cama, pra mim uma coisa compensava a outra.
Ele: - E a partir de agora? O que faremos?
Ela: - Faremos? Você é insistente, hem?! Conjuga o verbo no singular meu doce. O que você fará eu não sei, mas eu sei exatamente o que vou fazer daqui pra frente. São tantos os planos, nem sei se terei tempo de vida suficiente pra colocar todos em prática.
Ele: - As vezes tenho a impressão de que você já estava preparada pra esse término.
Ela: - Já faz 3 semanas que não transamos. A média tem sido 1 transa a cada duas semanas. No início do nosso relacionamento, eram 2 vezes ao dia. Oh tempo bom. As vezes antes de sair pra trabalhar você esquece de me dar aquele selinho, no início você só faltava tirar minha roupa pra se despedir antes de ir trabalhar. Enquanto dormimos sou aquecida pelo seu ronco, enquanto você está na outra extremidade da nossa cama que parece ter crescido. No início do relacionamento eu era asfixiada pelos seus abraços e conxinhas pra você era uma ostra gigante, a cama parecia um beliche e você parecia um obeso que ocupava 90% do espaço, enquanto eu não conseguia nem me mexer entre suas pernas e seus braços. Por essas e por outras eu te digo: Claro que eu sabia, claro que eu estava preparada, claro que eu tinha percebido, querido.
Ele: - E você não fazia nada pra mudar essa situação?
Ela: - Pra que tudo isso que eu citei, e mais um pouco, acontecesse antes eu nunca precisei fazer nada além de ser eu mesma. Se o problema fosse comigo, com meu coração, com meu sentimento, eu teria feito alguma coisa. Se você deixou acontecer com você, não me culpe por isso.
Ele: - Esta sensibilidade só as mulheres possuem.
Ela: - Graças a Deus nós mulheres a possuímos. Repito: não me culpe por isso, querido.
Ele: - Eu quero tentar mais uma vez. Vamos passar por isso juntos.
Ela: - LEMBREI!
Ele: - De quê?
Ela: - As malas estão no outro quarto.
Ele: - Não vamos mais precisar das malas.
Ela: - Ah, vamos sim.
Ele: - Mas eu não quero mais tempo.
Ela: - E desde quando o tempo para? Tá precisando ouvir Cazuza, hem?

Ela levanta-se da cama e sai do quarto em direção ao outro cômodo onde estão as malas. Ele a segui.

Ele: - Deixe isso aí.
Ela: - Nossa, cheio de poeira.
Ele: - Larga isso.
Ela: - Larga você.
Ele: - Eu não vou mais embora.
Ela: - Vai sim.
Ele: - Solta isso.
Ela: - Para de me empurrar.
Ele: - Para com isso. Eu amo você, não quero mais ir embora.
Depois de ter tirado a mala de dentro do armário, ele segura na alça ao mesmo tempo em que ela também segura.

Ela: - Solta.
Ele: - Solta você. Eu não tenho pra onde ir.
Ela: - Tem sim. Volta pra o butantan.
Ele: - Pra onde?
Ela: - Pra cada de sua mãe.
Ele: - Para com isso. Solta a mala. Eu já te disse que amo você. Estou arrependido. Não consigo viver sem você. Vamos corrigir todos os erros que eu cometi.
Ela: - E os meus erros? Como vamos corrigí-los? Você não citou os meus ainda.
Ele: - Você não tem erros. Eu que vacilei.
Ela: - Nossa. Isso tudo por causa de uma noite na boate, bebendo e dançando com as amigas? Vou ensiná-las a fazer o mesmo quando o relacionamento de alguma delas entrar em crise.
Ele: - Solta a mala. Me dá mais uma chance. Você já me ensinou que eu não vou conseguir viver sem você e que jamais vou encontrar alguém tão perfeita quanto você é.
Ela: - Sabias palavras. Disso tudo eu já sabia. Mas não sei se posso confiar. Eu te amo, mas vc é um idiota. Eu te amo, mas você não está me dando valor. Eu te amo, mas eu precisei fazer isso tudo pra você entender a burrice que estava fazendo. Você precisou me perder antes mesmo de ter me perdido, pra conseguir perceber a importância que tenho em sua vida. Não sei se uma mulher inteligente feito eu pode continuar com um homem burro feito você.
Ele: - Então isso tudo foi proposital? Você planejou isso tudo?
Ela: - Claro. Cada segundo.
Ele: - Então, aprendi a lição. Vai soltar a mala ou não?

Ela estava olhando firme nos olhos dele, mas estava em dúvida sobre o que fazer, apesar de não demonstrar.

Para finalizar o conto será necessário que você dê sua opinião. E agora, o que ela faz? SOLTA A MALA e deixa ele ficar ou SEGURA A MALA para fazê-lo ir embora?

Após 10 opiniões eu escrevo a última parte da história de acordo com a vontade da maioria.

5 comentários:

Anônimo disse...

Lovee.

Anônimo disse...

Acho que ela deve soltar a mala.
Acho lindo um final feliz! *-*

Regina disse...

Ola!
Se ela disse que o ama e ele também a ama, acho que devem ter mais uma chance juntos! :D
Beijos

♥MáH♥ disse...

Seguindooo o blog!
bejoo0s
=*

Carina Valim disse...

Deve soltar a mala... Ele cometeu erros mas aprendeu a lição!

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